Hagia Sophia através do tempo

A Basílica de Santa Sofia também conhecida como Hagia Sophia deixou de ser museu para se tornar mesquita novamente em 2020. O Conselho de Estado da Turquia revogou o status de museu do templo e um decreto do Presidente Erdogan determinou a reclassificação de Santa Sofia, convertendo-a novamente em mesquita. Durante as cinco orações muçulmanas, o local não poderá receber turistas e terá suas imagens cobertas (ícones cristãos). A primeira oração muçulmana foi realizada em 27/07/2020.

A Santa Sofia é uma das principais atrações de Istambul. Em 2019, recebeu 3,8 milhões de turistas. Está localizada na Praça Sultanahmet, centro histórico, próximo a Mesquita Azul. Ayasofya significa Sagrada Sabedoria em turco. Foi a maior catedral do mundo por quase mil anos e famosa por sua cúpula (domo). Cerca de 500 anos serviu de modelo para mesquitas como a Mesquita Azul.

Para entender a história de Santa Sofia:

De 537 a 1453 foi igreja cristã ortodoxa. De 1204 a 1261 foi catedral católica. De 1453 a 1931 foi mesquita otomana. Ficou fechada por quatro anos e em 1935 passou a ser museu e agora (2020) voltou a ser mesquita.

Três vezes no mesmo terreno, entre 532 e 537, a igreja foi construída pelo Império Bizantino para ser a catedral de Constantinopla, por ordem do Imperador Justiniano e teve como arquitetos os gregos Isidoro Mileto e Antêmio de Trales. Possui grandes tetos abobadados e cúpula central livre de paredes.

Recebeu características islâmicas, quando se tornou mesquita. Foram adicionados os minaretes (torres altas e finas).

Para sua construção o Imperador Justiniano mandou buscar materiais em todo o império. Colunas helênicas retiradas do Templo de Artemis em Éfeso; grandes blocos de pórfiro (pedra de fundo preto com partículas brancas) de pedreiras do Egito; mármores verdes da Tessália; pedras negras do Bósforo e as amarelas da Síria. Esses materiais foram descritos pelo historiador bizantino Procópio. Mais de 10 mil pessoas trabalharam na construção.

O Poema bizantino de Paulo Silenciário chamado “Ekphrasis” cita as muitas cores da construção e compara a um campo de mármores.

A Santa Sofia sofreu terremotos e incêndio que danificaram suas estruturas e partes do edifício desabaram. Passou por muitas reconstruções e restaurações, foi saqueada e profanada, mas sempre será um exemplo da arquitetura bizantina. A obra prima é Patrimônio Mundial da Unesco.