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Ouro Preto - na trilha dos bandeirantes

  • Foto do escritor: Leci Rech
    Leci Rech
  • 5 de set. de 2021
  • 3 min de leitura

Percorrer Ouro Preto significa subir e descer ladeiras, entrar e sair de igrejas, quase uma ao lado da outra. São verdadeiras obras de arte que passaram pelas mãos de artesãos, escultores e grandes mestres como Antônio Francisco Lisboa – o Aleijadinho.

Ouro Preto tem sua origem no século 17 quando jazidas de ouro foram descobertas. A riqueza da região atraiu muitos bandeirantes paulistas, entre eles Fernão Dias Paes Leme, conhecido como Caçador de Esmeraldas.



Em 1711, foi instalada uma vila que recebeu o nome de Vila Rica. Somente a partir de 1823 passou a se chamar Ouro Preto. O nome se originou da aparência das pedras preciosas encontrada na região, era um ouro escuro, recoberto com óxido de ferro.


A cidade tem muitas histórias para contar, mas certamente o que atrai o turista é ver de perto o maior conjunto de construções em estilo barroco do país, uma arquitetura rica em detalhes.





Foram as Irmandades, as responsáveis pela construção de tantas igrejas. Havia uma disputa de poderio econômico entre elas e cada uma construía a sua igreja. No Ciclo do Ouro existiam 29 Irmandades em Ouro Preto.

Essa associação religiosa de leigos era controlada pelo governo português. Cada Irmandade tinha estatuto próprio e normas de regulamentação.


Igreja São Francisco de Assis

Entre os tantos templos, ricamente decorados em ouro pela abundância do metal, está o de São Francisco de Assis, uma das mais importantes igrejas coloniais. Aleijadinho, responsável pelo projeto, e mestre Ataíde trabalharam juntos na construção da igreja que trouxe grandes inovações para a época: as curvas e contracurvas da fachada. Outro diferencial da construção são as torres recuadas. Foi feita pela Ordem Terceira de São Francisco de Assis em 1766. Com uma arquitetura barroca e elementos do rococó, talvez seja esta a igreja mais visitada e fotografada pelo turista no Largo de Coimbra - centro.


Igreja Nossa Senhora do Carmo

Esse templo católico, exemplar da arquitetura em estilo rococó, foi construído em 1766. Foi um dos últimos projetos do pai de Aleijadinho, o arquiteto Manuel Francisco Lisboa.

Fica no alto e uma escadaria leva até a igreja, hoje tombada pelo Instituto Patrimônio Histórico Artístico Nacional.



Durante a caminhada você ainda irá encontrar ruas com calçamento feito com pedras pés de moleque, típico do Brasil Colônia.

Neste tipo de calçamento, introduzido pelos portugueses, eram colocadas pedras brutas e o corte feito de forma rústica não era uniforme.


Esse trabalho era feito pelos escravos e cabia aos “moleques” (filhos dos escravos) acertarem as pedras com os pés, depois de esparramarem terra entre os espaços. Daí surgiu o nome do calçamento.


Ouro Preto está a 100 quilômetros de Belo Horizonte e é Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco.

Ouro Preto é de uma riqueza cultural inigualável. Predominam na cidade os trabalhos em pedra sabão, tipo de rocha utilizada em esculturas. Tem cores do verde ao cinza. Também é muito forte o artesanato em madeira. São esculturas de imagens sacras. As feirinhas estão espalhadas pra nenhum consumidor deixar de levar algum souvenir.


Mariana

De Ouro Preto seguimos para Mariana que fica muito perto, cerca de 15 quilômetros pela BR-356.


No caminho você vai encontrar a Mina da Passagem – uma mina de ouro aberta a visitação. Nosso tempo era curto por isso a visita foi rápida.


Confira preço de ingresso e formas de pagamento antes de ir.


O percurso tem 315 metros e chega-se a 120 metros de profundidade. Talvez um dia volte para ver melhor e com mais calma.



Em Mariana, na Praça Minas Gerais você vai encontrar duas igrejas lado a lado. Esse foi o resultado da disputa de poder de Irmandades que construíram suas igrejas na mesma praça. Como já comentei, o luxo das igrejas não saia dos cofres da Igreja Católica e sim dos bolsos dos membros da Irmandade. Quanto mais ricos eram, mais igrejas eram construídas.



A Igreja de São Francisco de Assis foi construída em 1763 e concluída em 1791 em estilo barroco rococó.


O projeto foi de Aleijadinho, arquiteto do Brasil Colonial, auxiliado pelo pintor e decorador Mestre Ataíde. O medalhão da portada em pedra sabão também é de Aleijadinho.


A igreja seguia a Ordem Franciscana, irmandade de intelectuais e funcionários de cargos públicos no Estado.




Outro templo da praça Minas Gerais é a Igreja de Nossa Senhora do Carmo, um projeto do arquiteto Manoel Francisco Lisboa e depois modificado pelo filho, o Aleijadinho. A construção é de 1756. Essa igreja seguia a ordem carmelita, irmandade dos comerciantes burgueses


Para melhor entender, as classes sociais não se misturavam, por isso foram construídas a igreja dos negros escravos, a dos trabalhadores, exemplo os artesãos, a igreja dos intelectuais, da burguesia.




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