Espanha: a riqueza arquitetônica de Segóvia

A cidade histórica de Segóvia fica no centro da Espanha, a 90 quilômetros de Madri. Pegamos um tour para um bate-volta. Vale a viagem, é uma cidade com ruelas muito estreitas, encantadora e alegre, mas se prepare pra enfrentar o frio, se for inverno. Tive até dor de cabeça, mesmo bem agasalhada.

A cidade já era desenvolvida na Idade Média não somente por ser local de moradia dos reis, mas pelo comércio de lã e de produtos têxteis. Ela é cheia de histórias. Tem muito pra ver na cidade, entretanto a grande atração, símbolo e cartão postal de Segóvia é o aqueduto romano.

É uma obra monumental, foram necessários aproximadamente 35 mil blocos de granito para sua construção. Não foi utilizada argamassa para unir as pedras, elas foram encaixadas com precisão e estão unidas pela força de compressão, exercida umas sobre as outras. Há um perfeito equilíbrio de forças. O bloco horizontal superior garante a estabilidade da estrutura.

Essa obra de engenharia com mais de 160 arcos tem cerca de 800m de comprimento e 28m de altura. Está na Plaza del Azoguejo, região exclusiva de pedestres. Construído pelos romanos no final do século I d.C. durante o reinado dos imperadores Vespasiano e Trajano, o aqueduto transportava água da montanha para a cidade.

A partir das fontes do rio Fuente Fria, a água era recolhida na cisterna de El Caserón, continuava por canais até a Casa das Águas onde era decantada para seguir seu caminho.

Percorria cerca de 15 quilômetros até chegar em Segóvia. E foi assim até o século XIX.

Com a conquista árabe, em 1072, o aqueduto foi destruído em grande parte. Graças aos reis católicos, no século 15, foi restaurado. Conta uma lenda que, no século 17, era chamado de El Puente del Diablo. Em 1985, foi declarado Patrimônio da Humanidade pela Unesco. No entorno do aqueduto hoje estão muitas lojinhas, barraquinhas de souvenirs e restaurantes.

Alcázar de Segóvia

Vale a pena a visita ao palácio que contam foi inspiração para o Castelo da Cinderela, símbolo do parque da Disney.

É um palácio fortificado de pedra, do século 12, foi residência oficial de monarcas do Reino de Castela até a mudança da corte para a capital Madri. Também foi prisão estadual por cerca de dois séculos e Escola Real de Artilharia. Em 1862, perdeu-se parte do palácio com um incêndio. Restaurado o prédio passou para o Ministério da Guerra e foi colégio militar.

Em 1931, o Alcázar foi declarado Monumento Histórico Artístico da Espanha. Em 1985, passou a ser Patrimônio Mundial da Unesco. Construído no alto de um penhasco no século XII, o castelo em estilo gótico teve Juan de Herrera como arquiteto. No século XIV recebeu a forma atual. Fica na Plaza de la Reina Victoria Eugenia s/n.

No interior do castelo estão o Museu de Artilharia e a capela da rainha. O local é ricamente decorado com diversas salas. Não deixe de olhar os tetos, são incríveis. Destaque para a Sala das Pinhas, impressionante, com 392 figuras, como pinhas decorativas, feitas a pedido de Dom João II.

Outra que chama atenção é a Sala dos Reis com um friso ornamentado por 52 esculturas, representando os reis e rainhas de Astúrias, Castela e Leão.

Catedral de Segóvia

A beleza e a elegância dessa catedral lhe rendeu o nome de “La Dama de las Catedrales”. Situada na Plaza Mayor da cidade, a igreja tem muitas histórias pra contar.

Muitos arquitetos passaram por ali até a conclusão da obra. O projeto inicial foi de Juan Gil de Hortañon em 1525, seguido pelo filho Rodrigo Gil. A cúpula é um projeto de Pedro de Brizuela e o altar é do arquiteto Francisco Sabatini.

A Santa Iglesia Catedral de Nuestra Señora de la Asunción y de San Frutos levou 243 anos para ser concluída, sua consagração ocorreu somente em 1768. Tem estilo gótico tardio. Os pináculos, em grande número, vistos no exterior e que dão grande beleza a catedral, são elementos da arquitetura gótica.

No interior as luzes que entram da rua iluminam a arquitetura primorosa. Não deixe de andar pela igreja para ver as capelas, a riqueza do altar e o órgão.

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