Itália: A fúria de um vulcão - Pompeia
- Leci Rech
- 15 de nov. de 2020
- 2 min de leitura

Conhecer o sítio arqueológico de Pompeia, no sul da Itália, estava há muito tempo nos planos de viagem. Saímos de Nápoles pela Companhia Regional Circumvesuviana, em trem comum, que percorre cerca de vinte (20) quilômetros e chega ao município de Pompeia, fundado em 1891.
Vá de tênis para caminhar na área arqueológica, afinal são sessenta e seis hectares, redescobertos em 1748.
A erupção do vulcão Vesúvio, atualmente adormecido, deixou Pompeia embaixo das cinzas durante 1600 anos.

Na chegada, compramos ingresso no local e recebemos um mapa informativo, como uma forma de orientação. Sem ele, somente com guia, porque Pompeia é cheia de pequenas ruas, quase um labirinto.
Foi em uma noite no ano de 79 d.C. quando a cidade reconstruía-se da destruição causada por terremoto, quando ouviu-se uma explosão. Era o início de uma tragédia.
Gases venenosos atingiram Pompéia e um rio de lavas e lama com rochas (pedras-pomes) soterraram essa próspera e sofisticada cidade, onde viviam quinze mil habitantes aproximadamente. Somente muitos anos depois, Pompeia foi redescoberta pelo arquiteto suíço Domenico Fontana.

Hoje, as escavações mostram a riqueza das casas, com esculturas, afrescos, mosaicos, salas de banho e termas. Era habitada por famílias nobres que enriqueceram com a produção agrícola, especialmente o vinho. Havia também os ricos que atuavam na atividade comercial.

Os fornos nas ruas indicam padarias e os símbolos fálicos mostravam os muitos bordeis. Há ainda tubulações que indicam um sistema complexo de água, o que mostra o quanto Pompeia era desenvolvida já nessa época.

Havia em Pompeia: fórum, santuários, basílica e para entretenimento da população foram construídos três espaços: o Grande Teatro, o Pequeno Teatro e um anfiteatro – esse último uma grande área pública da cidade, edificado em 80 a.C. Os espectadores assistiam musicais, representações mímicas e jogos, entre eles a luta de gladiadores feita com 20 pares. Eram violentos e cruéis, porém esses participantes adquiriam fama e popularidade.

Pompeia foi coberta com uma camada de seis metros de cinzas. Os corpos ali petrificados entraram em decomposição e os espaços foram preenchidos com gesso. As cinzas moldaram os corpos, mostrando assim a posição em que estavam no momento da morte, permitindo ao visitante sentir até as emoções daquele povo aterrorizado pela catástrofe.

Em Pompeia existem alguns corpos em exposição, mas foi retirada grande parte que está no Museu Arqueológico de Nápoles. Estudos indicaram que as pessoas tiveram ruptura do crânio pelo aumento da pressão intracraniana, por conta da hemorragia, causada pelo calor. Relatos indicam que o calor provocado chegou a quase 500 graus.

O vulcão Vesúvio em três dias eliminou importantes centros: Pompeia, Herculano, Oplontis e Stabia (atual Castellamare di Stabia), a seis quilômetros ao sul de Pompeia. Herculano foi soterrada com lavas que atingiram de 16 a 25 metros. Seus habitantes não conseguiram abandonar as casas e não se salvaram. Em 1997, a Unesco classificou essas cidades como Patrimônio Mundial.
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