Itália: riquezas do passado permanecem vivas em Roma -II
- Leci Rech
- 23 de fev.
- 4 min de leitura
Chiesa di Sant’ Ivo alla Sapienza
Vale a pena conhecer a igreja de Santo Ivo, considerada uma obra prima do barroco romano. É um projeto do arquiteto italiano-suíço Francesco Borromini.

No local, havia uma capela, do século XIV, para servir o Palazzo La Sapienza (A Sabedoria), da antiga Universidade de Roma do século I. O arquiteto fez uma adaptação, incorporando a fachada curva da igreja com o pátio do palácio. Assim, Borromini deslocou o templo católico do plano principal para o final da alameda.

O pátio é conhecido como “Pátio de Giacomo della Porta”, porque em 1577, saiu das mãos do escultor e arquiteto italiano o projeto do Palazzo La Sapienza que foi incorporado a igreja mais tarde, quando o Papa Urbano VIII Barberini, em 1632, pediu a Borromini que completasse o projeto do Palazzo.

A fachada de Sant’ Ivo é côncava, como se fosse a continuação dos arcos da alameda.
Os corredores tem arcos que contornam as alas direita e esquerda e não são interrompidos pelo templo cristão.
Cada uma das passagens cobertas, em arcos de madeira, tem uma porta de entrada ao fundo para a igreja.

Para valorizar a cúpula, foi construído um grande parapeito acima da fachada. E acima da cúpula se encontra uma lanterna (elemento da arquitetura religiosa) que está rodeada por seis janelas. A lanterna, grande novidade na época, segue espiralada e uma cruz dá o acabamento. Dados retirados do guia de visitação: https:issuu.com

A construção da igreja iniciou em 1642 e levou 18 anos para ser finalizada. O templo católico é dedicado ao santo francês Ivo de Kermartin, padroeiro dos juristas e especialmente protetor dos advogados.
Não conseguimos entrar. A igreja fica aberta somente aos domingos, entretanto o exterior em tons rosa já encanta e permite belas fotos. Está no Corso del Rinascimento, 40. O complexo é usado atualmente pelos Arquivos Estatais de Roma.
Chiesa di Santa Maria Maddalena

Esta igreja era uma pequena capela do século XIV, que foi reconstruída na primeira metade do século XVI. Representa um dos mais belos exemplos da arquitetura em estilo rococó na cidade de Roma.
As obras se estenderam por quase cem anos. Esta igreja de planta côncava, tem uma fachada em curva decorada com estátuas que representam São Camilo de Lellis e São Filipe Neri na parte inferior e acima estão Santa Maria Madalena e Santa Marta. Em 1735, Giuseppe Sardi concluiu a obra.

O interior é muito rico em detalhes, uma característica do estilo rococó. O teto é constituído por uma nave elíptica e com abside profunda, ou seja, com extremidade em semicírculo. A abóboda – estrutura arquitetônica curvada do teto - tem afrescos de Girolamo Pesci, Conta a história que, em 1598, o rio Tibre subiu muito. A escultura da Maria Madalena voou da capela lateral para o altar maior, onde ficou a salvo.

A igreja de Santa Maria Madalena teve vários arquitetos: Carlo Fontana que trabalhou na construção da cúpula e abóbada em 1673, Antonio Cordiani, arquiteto italiano do Renascimento, além de Giuseppe Sardi que concluiu a obra em 1735. Nas laterais, a igreja tem capelas que se integram com a decoração em estilo rococó. A Igreja é também conhecida como "La Madalena".
Não deixe de ver o espaço do órgão. É de uma riqueza sem igual.

Com entalhes em madeira dourada e pequenas estátuas em estuque branco, o órgão, do século XVIII, está no meio, como se aguardasse sempre um toque para o primeiro acorde que vai encher a belo espaço de música. A igreja fica na Via della Maddalena, 53 - centro histórico.
Hadrianeu e o Templo de Adriano

Andando a pé, se conhece Roma. Em cada esquina uma relíquia. Entre o Pantheon e a bela Piazza Navona, encontramos o Templo de Adriano, um exemplo de arquitetura romana, construído em 145 d.C. O templo já acolheu a Alfândega de Terra em 1695 e abrigou a Bolsa de Valores de 1831 a 1874. Foi comprado pela Câmara de Comércio de Roma em 1873, tornando sua sede em definitivo.

Hoje, apenas uma parte da colunata do lado norte ainda está preservada. São 11 colunas de 15 metros de altura e 1,44m de diâmetro.

O templo foi feito em mármore branco. Sua fachada era adornada com colunas altas com capiteis da ordem coríntia que sustentavam um frontão esculpido. Dos lados longos o templo possuía 13 colunas e nos lados curtos em oito pilares. O interior consistia em semicolunas, apoiadas em altos pedestais, decorados com relevo.
As obras foram concluídas em 145 d.C. pelo filho de Adriano e sucessor Antonino Pio. Ele dedicou o templo ao imperador Adriano.
O local foi renomeado como Templo de Vibia Sabina e Adriano como desejava o filho do imperador Antonino Pio. Ele queria dedicar o edifício à memória dos dois: Adriano e sua esposa. Dentro da Sala delle Grida da antiga Bolsa de Valores, pode-se fazer uma viagem no tempo com o vídeo de Paco Lanciano chamado Hadrianeum.
Chiesa di Sant’ Ignazio di Loyola

Esta igreja foi dedicada a Santo Inácio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus ou ainda da Ordem dos Jesuítas. Sua construção iniciou em 1626, tendo como arquiteto, o padre jesuíta italiano, também matemático, Orazio Grassi.
A igreja é considerada uma joia da arquitetura barroca, localizada na Piazza Sant’ Ignazio.
Em 1650, a igreja foi consagrada, mas foi concluída somente 35 anos depois. A fachada é toda decorada com colunas com capiteis da ordem coríntias.

No interior, a planta em cruz latina traz uma nave central e duas capelas laterais. Sua grandiosidade arquitetônica é integralizada pela riqueza dos afrescos. A beleza do teto é considerada uma obra prima da arte barroca.

Os recursos eram poucos e os jesuítas não viam possibilidades para construir uma grande cúpula. Assim o jesuíta Andrea Pozzo, artista italiano que atuava como decorador, arquiteto, cenógrafo, além de ser uma das principais figuras da arte barroca, criou em 1709, uma pintura tridimensional que dava a ilusão de uma cúpula. A técnica é conhecida como quadratura (gênero da pintura em perspectiva ilusionista).
O trabalho de Andrea Pozzo no teto, quase plano da igreja de Santo Inácio de Loyola. ficou conhecido como a “Falsa Cúpula”.
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