Itália: riquezas do passado permanecem vivas em Roma
- Leci Rech
- 16 de fev.
- 4 min de leitura
Piazza Navona
Esta é uma das praças mais famosas de Roma. Esse espaço amplo com bares, restaurantes e lojas, hoje, é ponto de encontro de artistas e visitantes. É considerada uma praça barroca porque aqui estão elementos arquitetônicos da Roma barroca.

Vamos encontrar nas fontes, verdadeiras obras de arte nas esculturas de mestres como Gian Lorenzo Bernini, Francesco Borromini, entre outros.

A praça seguiu a forma do antigo Estádio Domiciano, construído pelo imperador Domiciano no ano de 85. Era um local de 276mx106m com capacidade para 30 mil espectadores, usado para jogos atléticos gregos. Recebeu o nome de Circo Agonístico ou Circo Agonal do grego Agonia, que significa luta, combate. Ou ainda “In agone” do grego agones que quer dizer local de jogos. A forma posterior foi nagone e depois navone.
Com a construção das casas onde estavam as bancadas do estádio, o espaço foi delimitado. Em 1810 e 1839 também foram realizadas na praça corridas de cavalos.
Fontana dei Quattro Fiumi
Bem no centro da Piazza Navona, está a Fonte dos Quatro Rios. Foi construída por Bernini em 1651.
As esculturas em mármore representam os quatro rios mais importantes dos quatro continentes da época: Nilo, Danúbio, Ganges e Rio da Prata.

No centro da Fontana dos Quatro Rios está o obelisco,recuperado do Circo Maxêncio ou Magêncio, antigo circo romano construído pelo imperador Maxêncio na Via Ápia entre 306 e 312. Até o século XIX, esse espaço aberto, rodeado por arquibancadas, com capacidade para 10 mil pessoas, era chamado de Circo de Caracata. Nele se realizavam corridas de bigas (carruagem de duas rodas puxada por cavalos). No centro do circo ficava o Obelisco de Domiciano, coberto por hieróglifos (caracteres usados na escrita do Antigo Egito). O obelisco é de granito e tem 16 metros de altura.
Chiesa di Sant’ Agnese in Agone
Em frente a Piazza Navona, no centro histórico de Roma, se encontra um grandioso exemplo de arquitetura barroca do século XVII. É a igreja de Santa Inês em Agonia.

Nesse local Santa Inês foi martirizada. O nome do templo católico não tem relação com a agonia da mártir. "In Agone" era o antigo nome da Piazza Navona já citado acima.

A Igreja de Santa Inês começou a ser construída em 1652 com o projeto de Girolamo Rainaldi e levou 20 anos para sua conclusão.
Diversos arquitetos trabalharam na obra, além de Girolamo Rainaldi, seu filho Carlo Rainaldi e os arquitetos barrocos Francesco Borromini e Gian Lorenzo Bernini, também um escultor urbanista.

As torres gêmeas da igreja delimitam o espaço da cúpula central e lembram a fachada da Basílica de São Pedro. O projeto de Carlo Rainaldi inovou com o design de uma fachada côncava. As torres gêmeas (campanários) e a cúpula estiveram nas mãos de Carlo, além de Giovanni Maria Baratta.

A fachada tem três portais e a base foi decorada com pilastras fixadas na parede com capiteis da ordem coríntia e janelas retangulares.

O interior é rico em ouro, em esculturas e em detalhes. No altar principal, instalado por Carlo Rainaldi e Ciro Ferri, está um relevo em mármore que mostra o Milagre de Santa Inês de 1688. Um dos milagres foi a ressurreição de um menino afogado, fazendo o sinal da cruz sobre o cadáver. A igreja preserva como relíquia o crânio de Santa Inês em um santuário. A história conta que foi torturada para renunciar a sua fé e por fim condenada a morte e decapitada ainda menina.

A igreja tem vários altares dedicados aos santos, entre eles está Santo Eustáquio.
A peça-de-altar do Martírio de Santo Eustáquio foi encomendado a Melchiorre Caffà. Entretanto sua morte interrompeu o trabalho que foi concluído por Ferrata e Giovanni Francesco Rossi.
O altar mostra o soldado romano Eustaquio, mártir do Cristianismo, do século II, com sua mulher Teopista ao lado dos filhos Agapio e Teopisto. Abaixo, os leões lambem os pés do santo e acima um anjo lhe oferece a coroa e a palma do martírio.
Fontana del Nettuno

Essa fonte Na Piazza Navona teve duas fases: a primeira foi sua criação pelo artista renascentista Giacomo della Porta. Ele projetou a bacia em mármore branco e pedras da cidade de Pietrasanta da região da toscana na Itália. A encomenda foi do Papa Gregorio XIII em 1574. No início a fonte era conhecida como Fontana dei Calderari por estar próxima de lojas de panelas e frigideiras. Até 1873, a fonte permaneceu abandonada. A decoração veio quase 300 anos depois.
Foi nessa época, que a Prefeitura de Roma lançou um concurso para concluir a fonte. O monumento foi decorado com a escultura de “Netuno lutando com um polvo”, obra de Antonio Della Bitta. Na mitologia romana Netuno é o deus do mar, das águas doces e dos cavalos.

As esculturas das nereidas, cavalos, golfinhos e cupidos são de autoria do escultor italiano Gregorio Zappalà. A fonte foi concluída em 1878. Alguns dados são do site: www.turismoroma.it>places
Próximo Post:
Roma: Templo de Vibia Sabina e Adriano
Igrejas: Santo Inácio de Loyola, Sant'Ivo alla Sapienza e Santa Maria Madalena
Comments