Itália: um paraíso chamado Costa Amalfitana - parte II
- Leci Rech
- 19 de jan.
- 4 min de leitura
No post anterior, já abordamos sobre as cidades que formam a Costa Amalfitana. São 13 comunas da província de Salerno, região da Campânia na Itália. As mais famosas e mais procuradas pelo turista são Amalfi e Positano, mas todas tem seu charme e vale a pena conhecer.

Positano

Positano é conhecida como a Pérola da Costa Amalfitana. É como se estivesse pendurada na encosta da montanha com ladeiras muito estreitas. As casas foram subindo o morro entre vielas e becos. Na verdade Positano é uma cidade quase vertical. É bem comum ver os turistas carregando suas malas morro acima. O colorido das casas, decoradas com flores, integram a paisagem e tornam essa pequena cidade um local único no mundo.
Positano está entre as cidades mais antigas da Costa Amalfitana. A história da pequena vila começa no século V quando os romanos dominavam a região. Na época foi construída a Villa Romana di Positano.

Na Idade Média era um porto da República Marítima de Amalfi. Chegou a ser uma importante potência marítima. E foi pela via marítima que a peste negra se espalhou. O surto levou a cidade ao atraso. Os maremotos e a fome também atingiram a Costa Amalfitana. Em 1343, Positano foi destruída por um maremoto.

No século XIX, Positano registra enriquecimento e ascensão. Começaram a surgir as mansões do século XVIII em estilo barroco.
Positano se tornou o destino preferido das famílias ricas da Europa e ficou famosa.
Na Primeira Guerra Mundial Positano recebeu refugiados russos e alemães. Já no final da Segunda Guerra Mundial a cidade atraiu pintores, escritores.
Com a ascensão vieram os hotéis. Hoje, a rede hoteleira oferece desde hotéis de luxo, até simples pousadas. Lojas de grifes se estabeleceram em Positano, quiosques com roupas de praia, joias e cerâmicas lindamente pintadas.
Pode-se dizer que Positano não é um local com preços baixos. Tudo é bem caro, mas muito procurada, está sempre cheia de turistas. Em 1997, foi declarada Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco.

No cais do porto, o turista tem barcos e lanchas para todos os lados da Costa Amalfitana. Barcos enormes despejam milhares de turistas que se espalham nas vielas de Positano e nas praias de areia fina com águas azuladas. Na baixa temporada (janeiro, fevereiro e março) fique atento aos poucos barcos que circulam.
O nome Positano deriva de Pesitan do vocabulário fenício e que significa Netuno. Também é contada a lenda que descreve uma fuga do Oriente. Os fugitivos traziam no veleiro a imagem de Santa Maria Assunta com um menino. Durante uma tempestade, quando o barco encalhou, ouviram uma voz que dizia “Posa, posa”.

Foi interpretado como um desejo da santa em ficar ali. Diz a lenda que o barco desencalhou por milagre e a população pediu um templo para a Santa. Ela foi colocada numa antiga igreja, dedicada ao mártir San Vito, primeiro protetor de Positano. Mais tarde, foi transferida para sua igreja. A festa de coroação de Santa Maria foi em 1985.
Parrocchia Santa Maria Assunta

A história da igreja está ligada ao mosteiro beneditino, construído após a chegada da imagem bizantina. O templo católico foi erguido no local no século X, onde estava a abadia dedicada a São Vito.

A igreja dedicada a Santa Maria Assunta está localizada na Praça Flavio Gioia, próxima da praia de Marina Grande, mas ela é vista de muito longe, mesmo do barco que chega, ainda no meio das águas do Mar Tirreno, que é parte do Mar Mediterrâneo. A igreja é ponto turístico em Positano e talvez o mais fotografado.

Em 1700, a igreja Santa Maria Assunta passou por uma fase de declínio, seguiram-se cinco anos de restauração.
O interior branco e dourado é fruto dessa restauração que se apresenta com um design neoclássico. A igreja guarda, acima de seu altar a imagem de Santa Maria Assunta com o menino.
A Virgem Maria é a padroeira de Positano, representada pelo ícone bizantino.
O que mais chama atenção de quem chega a Positano e avista a igreja é o domo central revestido de ladrilhos de faiança em tons verde e amarelo.

Faiança é um tipo de cerâmica branca que tem na sua composição o minério caulim. Sem dúvida, a igreja de Santa Maria Assunta com sua cúpula majólica (faiança) colorida é o cartão de visita de Positano.
Amalfi
Amalfi é uma comuna (cidade) da província de Salerno. Deu seu nome a Costa Amalfitana e está entre as cidades mais procuradas pelo turista.

A distância entre Amalfi e Positano é de 16 km. Nessa região, no mês de maio, o movimento já era muito grande, mas o auge se registra em julho e agosto.

Como nos hospedamos em Maiori, já abordada no post anterior, para conhecer Amalfi foi necessário usar um ônibus (da SITA) ou barcos. Várias empresas fazem o transporte marítimo na Costa Amalfitana (Alicost, NLG, Travel Mar).
As estradas são extremamente estreitas e tortuosas e não convidam nem um pouco. Usem só o necessário. Os barcos são mais agradáveis.

Amalfi foi fundada como porto comercial no ano de 339, durante a dominação romana. Como cidade portuária se destacou militarmente e na economia. Foi a primeira República Marítima, importante para a navegação e o comércio. Essa posição de liderança lhe permitiu adquirir a independência do Ducado de Nápoles em 839. A partir daí, a região se tornou uma grande potência comercial.

A história de Amalfi se confunde com as lendas e a mitologia grega. Hércules, deus guerreiro, amava Amalfi que morreu muito jovem.
Para enterrar a ninfa, Hercules queria um lugar muito lindo. E na sua procura, escolheu Amalfi, dando o nome da amada ao local.
O desenvolvimento de Amalfi, como cidade, enfrentou muitos obstáculos, desde os maremotos, a fome até a Peste Negra - uma pandemia das mais mortais da história, que teve seu maior surto no século XIV.

Em novembro de 1343, um tsunami praticamente arrasou Amalfi. A cidade baixa foi devastada pelo maremoto que destruiu o porto e seus navios. O tempo seguiu seu rumo e Amalfi sobreviveu. Hoje, é uma linda cidade num penhasco, disputada pelo turismo intenso durante todo o ano.
Veja também: Duomo di Sant’Andrea em Amalfi
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