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Porto Alegre/RS: arquitetura conta a história da cidade

  • Foto do escritor: Leci Rech
    Leci Rech
  • 4 de jun. de 2022
  • 4 min de leitura

No post anterior, o primeiro da série sobre Porto Alegre, percorremos uma parte histórica da cidade que remete à chegada dos açorianos, bem representado pela Ponte de Pedra e o Monumento aos Açorianos. Agora, seguindo pela Av. Borges de Medeiros em direção ao centro, chegamos ao marco zero da capital do Rio Grande do Sul: o Paço Municipal.


Paço Municipal ou Paço dos Açorianos

O Paço Municipal fica na Praça Montevideo, recentemente revitalizada. Em 1901, quando foi criado o espaço era chamado de Praça Municipal. Quinze anos, depois foi solicitada autorização ao Uruguai para que o largo recebesse o nome de Montevideo.

Na praça pode-se ver uma das relíquias da cidade: a Fonte Talavera de La Reina e a Prefeitura Velha chamada também de Paço dos Açorianos.


A Prefeitura já completou 120 anos, mas continua imponente e atrativa ao turista. Foi construída no início do século XX para ser a Intendência de Porto Alegre. O prédio foi levantado no período positivista, quando se dava relevância para as colunas, escadarias, paredes sólidas e pés-direitos altos.


Sua arquitetura eclética teve a frente o eng. de Veneza/Itália, Giovanni Antônio Luigi Carrara Colfosco. Ele introduziu elementos neoclássicos na fachada. No pavimento térreo, colunas dóricas e no superior, as pilastras da ordem coríntia, que são elementos da arquitetura grega. No térreo, quatro leões em mármore de Carrara, pedra nobre italiana.




A torre abriga dois bustos: José Bonifácio à esquerda e Marechal Deodoro da Fonseca à direita. No centro está o Brasão da República. A prefeitura foi inaugurada em 1901 e tombada pelo Patrimônio Histórico do Município em 1979.


Agora recentemente, março de 2022, o Paço Municipal foi entregue a Secr. de Cultura para ser Museu de Arte de Porto Alegre.


No alto, estátuas representam a Justiça, a República e a Liberdade. Também a Democracia, a Ciência, Agricultura, Indústria e Comércio estão aí representados.


Fonte Talavera de La Reina

Impossível passar despercebido o chafariz da Praça Montevideo, em frente à prefeitura. O monumento é um presente da Espanha, quando o RGSul comemou o Centenário da Revolução Farroupilha. A peça foi feita no atelier Artesania Talaverana em Talavera de la Reina, na Espanha, pelo escultor e ceramista Juan Ruiz de Luna. A fonte é decorada com azulejos azul-cobalto e amarelo-ocre. A bacia redonda que mede 110 cm de diâmetro está sobre um pedestal com quatro peixes vertentes.


Em 2005, a fonte foi danificada durante protesto de carroceiros. O vandalismo resultou na bacia quebrada. Para sua restauração, o molde da escultura foi enviado para empresa que confeccionou a peça original. E finalmente em 2008, a bacia foi substituída. Além da visita e site pesquisado: http://www2.portoalegre.rs.gov.br>vivaocentro


Mercado Público Central

Vale a pena dar uma passada no mercado central de Porto Alegre por sua arquitetura eclética, suas histórias, pela variedade de produtos regionais como erva-mate e tudo mais que precisa para um bom chimarrão, ou ainda simplesmente para tomar um café. O mercado tem mais de 150 anos e já passou por inundações e incêndios.

Tombado pelo Patrimônio Histórico e Cultural de Porto Alegre em 1979, o mercado público enfrentou 22 dias de inundações pelas águas do Rio Guaíba que afetaram o prédio.


A história do mercado tem muito mais: em 1912, parte do prédio foi destruída por um incêndio; outros sinistros em 1976 e 1979 afetaram a construção; em 2013 o fogo atingiu parte do segundo andar e o telhado. E pior do que isso, quase foi demolido para dar lugar à modernidade. Entretanto o símbolo da cidade continua em pé, imponente.



O projeto do engenheiro e arquiteto alemão Friedrich Heydtmann é de 1861 e previa apenas um pavimento. As obras iniciaram três anos depois e foi inaugurado em 1869. O projeto inicial sofreu adaptações e o segundo pavimento foi erguido em 1912.


Hoje, o mercado tem mais de 100 estabelecimentos comerciais vendendo frutas, verduras, carnes e peixes, especiarias e produtos naturais entre outros itens. Visita e site consultado: www2.portoalegre.rs.gov.br/smic



Secretaria Estadual da Fazenda

Saindo do mercado e seguindo pela Rua Siqueira Campos, 1044, vamos encontrar outro patrimônio histórico dos gaúchos.

A sede da SEFAZ do estado do Rio Grande do Sul tem duas fachadas, a outra está voltada para o porto na Avenida Mauá. Isso se explica porque o projeto previa a construção de prédios gêmeos para receber quatro repartições públicas.


O primeiro projeto foi feito pelo arquiteto e engenheiro Affonso Hebert (Alphonse Dinis Hébert), mas não foi executado. Mais tarde o projeto foi reestruturado pelo também engenheiro e arquiteto Theophilo (Teófilo) Borges de Barros. As obras iniciaram em 1920. O prédio da Mauá foi o primeiro a ser construído e somente na década seguinte o prédio da Siqueira Campos foi erguido. Os dois edifícios que impressionam pela suntuosidade são ligados por pórticos.


As alterações, feitas no projeto inicial de 1913," acrescentaram os pórticos laterais, escadarias de granito e colunas da arquitetura grega. No térreo estão colunas da ordem coríntia, bem elaboradas com ornamentos. Nos pisos superiores foram colocadas colunas da ordem jônica, caracterizada pelas "trompas". O estilo arquitetônico é o neoclássico. Os prédios são tombados pelo IPHAE – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado.



Próximo post:

- Praça da Alfândega e seus monumentos históricos



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