Santa brasileira atrai peregrinos para Nova Trento/SC
- Leci Rech
- 7 de mar. de 2021
- 3 min de leitura

Vale a pena o passeio. O Santuário de Madre Paulina fica no município de Nova Trento. Para quem está em Florianópolis são 87 quilômetros e oito do centro de Nova Trento.

É um parque ecológico e um lugar de paz. O complexo religioso reúne muitas atrações, todas voltadas para a primeira santa do Brasil. Fomos direto a igreja que está no alto de uma colina. Para chegar você pode seguir por uma passarela com 170m ou enfrentar mais de 100 degraus.

O projeto arquitetônico procurou a simplicidade. A cobertura tem um caimento de duas águas e lembra duas mãos em prece. Há quem diga que remete a vestimenta de ordens religiosas. Outra versão cita igreja em formato de tenda em alusão aos peregrinos que vinham ao local e ficavam em barracas.

A cobertura da igreja foi feita com telha metálica dupla, de alumínio pintado com isolamento térmico e acústico para evitar temperaturas bruscas e ruído externo. Para isso 95 mil blocos de concretos foram assentados em duplas.

O Santuário Santa Paulina construído em 2006 tem fachada envidraçada.
O interior é muito amplo, com capacidade para três mil pessoas sentadas. É um local arejado e com boa iluminação natural.
A nave principal em formato cônico tem capelas em suas laterais, entre elas está a Capela Santa Paulina que guarda uma cápsula com osso do braço da santa.


Madre Paulina que se chamava Amabile Lucia Visintainer nasceu em Vígolo Vattaro, região de Trentino Alto Ádige no norte da Itália em 1865. Veio para o Brasil aos nove anos com a família que se estabeleceu em Nova Trento/Santa Catarina, época que chegaram os primeiros imigrantes italianos para esta região.

Dois anos depois, em 1877, Amabile perdeu a mãe e passou a cuidar do pai. Aos 25 anos, deixou a casa paterna para cuidar de uma mulher cancerosa. A casa paterna não existe mais, em seu lugar um memorial presta homenagem à família de Madre Paulina.
O casebre, parte das atrações do complexo, é uma reconstrução da casa onde Madre Paulina e a amiga Virgínia cuidaram da enferma. Também pode ser visto a cama usada pela mulher em fase terminal. Dali surgiu a iniciativa de fundarem a Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição com missão evangelizadora.

Em 1903, Madre Paulina foi para São Paulo, onde cuidava de idosos, ex-escravos e órfãos.
Aos 76 anos morre. Em 1991, na sua visita a Florianópolis, o Papa João Paulo II beatificou Madre Paulina.
Em 2002, foi canonizada e recebeu o nome de Santa Paulina do Coração Agonizante de Jesus.

O Santuário hoje é local de peregrinação. Nosso trajeto com saída de Florianópolis foi pela BR 101 até Tijucas, seguimos pela SC 411 passando por Canelinha e logo em seguida por São João Batista, cidade famosa pelos outlets de sapatos. É chamada de Capital Catarinense do Calçado.
Este passeio inclui também a visita às vinícolas: Vinhos del Vigo, Vô Luiz e Vinícola Girola. Todas no caminho. Vale a pena uma paradinha. Na Girola, além de vinhos, licores, chopp de vinho, ainda estão à venda cosméticos como óleo de uva, mousse de uva, sensacionais.
O complexo religioso de Santa Paulina tem mais de 30 atrações, entre elas estão ainda: Marco do Milênio, Ermida Santa Paulina, Trilha Mariana, Capela do Anjo da Guarda, Museu de Seda, Mirante da Colina. Não conseguimos ver tudo no mesmo dia. Ficou para a próxima visita, depois da pandemia.
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