A cultura açoriana se mantém viva em Santo Antônio de Lisboa - Florianópolis/SC
- Leci Rech
- 12 de out. de 2021
- 2 min de leitura
Não deixe de conhecer esse paraíso. O passeio pode ser um bate-volta para quem está no centro de Florianópolis ou em uma de suas praias. Fica no norte da ilha e o acesso é pela SC-401. Do centro da cidade são 15 quilômetros aproximadamente.

Na chegada você já vai ver casinhas coloridas que remetem a cultura açoriana, registrada não apenas na arquitetura, mas também na gastronomia.

Santo Antônio de Lisboa é um dos distritos mais antigos de Florianópolis. Foi uma das primeiras freguesias da ilha. Tempos antes da chegada dos imigrantes, a região foi habitada pelos povos guaranis e era chamada pelos índios carijós de Rerituba que significa abundância de ostras.
A plaquinha de azulejo estilo português, na entrada da rua calçada na Praça Roldão da Rocha Pires, conta a história desse bairro histórico que começou em 1698. Ali está a primeira rua calçada do estado de Santa Catarina. Ela foi construída em 1845, porque Santo Antônio de Lisboa recebeu a visita de Dom Pedro II e sua esposa Thereza Christina.

O calçamento é do tipo pé-de-moleque que usava pedras brutas e irregulares. Fica junto da Praça Roldão da Rocha onde você vai encontrar a Feira das Alfaias com barraquinhas de artesanato e outros produtos.

Aproveite para andar a pé pelas ruas estreitas, entre casas coloridas em estilo barroco por onde andaram os açorianos a partir de 1748. Para a construção era usado barro, cal de ostras e óleo de baleia, outros dados indicam também construções com pau a pique barreado – técnica que utiliza para sustentação uma trama de cipó, bambu ou madeira preenchida com terra umedecida.

Em 1750, o local era chamado de Freguesia de Nossa Senhora das Necessidades. Somente em 1948 recebeu o nome de Santo Antônio de Lisboa – homenagem ao monge da Ordem Franciscana nascido em Portugal.

No centro do bairro, no alto, está a Igreja de Nossa Senhora das Necessidades, considerada uma bela expressão do estilo barroco. Há controvérsias na data de fundação, mas sabe-se que em 1755 já estava construída, quando foi elevada a categoria de matriz paroquial. É tombada pelo Instituto de Patrimônio Histórico do Estado de Santa Catarina desde 1998.

A construção de origem portuguesa tem em seu interior altares barrocos.

Praia, barcos pesqueiros e um belo pôr do sol fazem parte do visual desse lugar tão especial. Muita gastronomia em restaurantes a beira mar completam esse passeio imperdível. Comemos no Freguesia, especializado em frutos do mar e entre eles indico o strogonoff de ostras. Simplesmente maravilhoso.
Casarão e Engenho dos Andrade
Seguindo o Caminho dos Açores, número 1180, você vai encontrar uma construção de 1860. É um conjunto arquitetônico composto pelo casarão e um engenho de farinha de mandioca e cana-de-açúcar.

Hoje, é um espaço cultural, aberto em 2000, onde estão equipamentos para a fabricação de farinha e cana-de-açúcar. É um engenho com tração animal que produziu até 1985. Não consegui ver porque fui num final de semana e estava fechado.
Exemplar da aristocracia rural da região, o casarão de propriedade de Agenor José de Andrade, em estilo colonial, tem telhado aparente em estilo pombinha do divino. Passou por restaurações em 2003 e 2020 e é Patrimônio Histórico e Artístico de Santa Catarina.
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Lugar super agradável!! Vale a visita🤩