Bolívia: a natureza é o cartão de visitas
- Leci Rech
- 21 de jan. de 2024
- 3 min de leitura
Este é o último post dessa série sobre a Bolívia. Aproveito para agradecer a nossa parceira de viagens Juliana Rizério por todo material fornecido para os posts.

Iniciamos em La Paz com passeios pelos vales e seguimos para Uyuni com seu maior deserto de sal do mundo com 10.582 km². O Salar de Uyuni, também chamado de Tunupa é uma imensidão que a vista não consegue ver o fim, o que não deixa de ser um espetáculo.

O Salar tem em sua composição: lítio, boro, potássio, magnésio e sulfato de sódio. Estima-se que tenha 10 milhões de toneladas de sal e se extraem anualmente 25 mil toneladas. A crosta da superfície tem espessura aproximada de 10m e a sua profundidade é de 120m.
Isla Incahuasi – Ilha de Cactos
É uma das 33 ilhas do Salar de Uyuni e é uma das 10 ilhas abertas a visitação. É uma porção de terra cercada de sal por todos os lados. Esse conjunto de rochas de origem vulcânica tem cerca de 40 mil anos.

O local era um antigo vulcão submerso. A área agora foi coberta por diferentes espécies de cactos, alguns chegam a 12 metros de altura. No ponto mais alto está o mirante Plaza 1º de agosto com 3.742m.

O nome da ilha – Incahuasi - teve origem na língua quéchua e quer dizer Casa dos Incas. A extensão dessa área é de 246.200m² e temperatura média anual é de 8,3ºC. Os cactos podem viver 200 anos, eles crescem cerca de cinco centímetros ao ano. Não podem ser removidos, são protegidos pela lei boliviana. Quando chove no Salar de Uyuni, a ilha de cactos é interditada.
Estreito de Tikina
Copacabana é outro destino turístico bastante procurado. Para quem se dirige para lá em ônibus ou carro, a partir de La Paz, é preciso fazer uma travessia de balsa no Estreito de Tikina.

Aqui passageiros e veículos se separam, quer dizer, pessoas em barcos pequenos e veículos em barcaças maiores, bastante rústicas para a missão de transportar ônibus. O estreito pertence a pequena aldeia San Pablo de Tiquina que está a 3.823 acima do nível do mar e tem menos de mil habitantes.
Copacabana
Copacabana é uma cidade pequena, entretanto muito turística e centro de peregrinação boliviano. Às margens do Lago Titicaca, está a 155 km da capital La Paz.

A cidade está a 3800m acima do nível do mar. De novembro a março é época de chuvas, o que não combina com turismo. A Avenida 6 de agosto é a mais movimentada, e onde estão os bares, restaurantes além de lojinhas de artesanato.

Copacabana significa lugar luminoso na língua quéchua ou ainda “vista do lago” em aymara. A história da cidade diz que a Virgem de Copacabana apareceu na Bolívia. Uma réplica da imagem da santa que tem o rosto com traços indígenas foi levada para o Rio de Janeiro no século XVII pelos comerciantes de prata de Potosí/Bolívia.
Basílica de Nuestra Señora de Copacabana

Neste Santuário se encontra a imagem original de N.S. de Copacabana, feita em madeira maguey, típica desse região da Bolívia - conhecida como agave que tem 183 espécies. O escultor da imagem Francisco Tito Yupanqui era descendente de reis incas. N.S. da Candelária de Copacabana, passou a Padroeira da Bolívia em 1925. Ela não sai do Santuário, somente uma réplica.

O atual Santuário do século XIV foi reconstruído pelo arquiteto Francisco Jimenez Siguenza e inaugurado em 1679, agora com uma capela aberta ao lado para atender ao costume indígena com cerimônias ao ar livre. Passou a Basílica em 1949, durante o papado de Pio XII.
Isla del Sol

A Isla del Sol é uma ilha no lago Titicaca, um dos maiores lagos da América do Sul, com 8.300 km², na Cordilheira dos Andes. Para chegar até a ilha, o acesso é feito por Copacabana que está a 20 km e a uma hora de barco. Essa é a maior ilha do lago com 14,3 km². Já foi chamada de Isla Titicaca.

Hoje, a Isla del Sol, muito procurada pelo turista, é habitada pelos quéchuas e aymarás que se dedicam a agricultura, artesanato e a criação de animais, entre eles as lhamas. O ponto mais alto da ilha tem 3.925m. A ilha foi santuário no Império Inca.

Para enfrentar esse terreno íngreme os incas aperfeiçoaram técnica agrícola já existente. Foi usada a plantação em socalcos, ou seja, em degraus ao longo da encosta da ilha. Conhecidos também como andenes (plataformas) estas plantações estão espalhadas pelos Andes. Os andenes eram abastecidos por poços artificiais e sistema de irrigação.
Essa forma de tratar a terra pelos incas para o cultivo de batatas, mandioca e quinoa também impediu a erosão do solo.
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