Chile - um país no Círculo de Fogo: Santiago
- Leci Rech
- 7 de mar. de 2020
- 4 min de leitura

Santiago do Chile fica em um vale rodeado por uma cadeia de montanhas. Isso significa que ao chegar de avião na capital chilena já começamos a encher os olhos com a beleza dos Andes.


A Plaza de Armas é o coração da cidade (marco zero), onde estão pontos turísticos históricos importantes como a Catedral Metopolitana do século 18. O templo é de 1745 e tem estilo de arquitetura neoclássica. Já passou por todo tipo de desastres naturais entre eles terremotos, incêndios e transbordamento do rio Mapocho. A atual Catedral é o quinto prédio construído na praça. É um passeio obrigatório.

Também está na Plaza de Armas o Correo Central, um edifício renascentista inaugurado em 1715. O prédio era a casa do conquistador espanhol Pedro de Valdívia, fundador de Santiago.
Foi Palácio do Governo de 1820 até 1846, quando a residência dos presidentes passou para o Palácio de La Moneda.
Em 1881, um incêndio destruiu parte do antigo prédio. Foi reconstruído em estilo neoclássico e em 1976 foi declarado Monumento Histórico.

Estando ali na praça, o turista não pode deixar de fazer uma foto com a escultura do índio Mapuche, afinal ele é um dos mais fotografados na Plaza de Armas.
O monumento a Los Pueblos Originarios é também conhecido como monumento Al Pueblo Indígena. A obra do artista Enrique Villalobos representa uma semente, um rosto e a vegetação. Foi inaugurada em 1992, tem oito metros de altura e é feita de concreto e granito.
O grupo Mapuche é o principal entre os nove povos indígenas reconhecidos oficialmente pelo Chile.

A igreja de Santo Domingo está muito próxima da praça e tem uma história que vale a pena conhecer: a persistência dos dominicanos, uma das primeiras Ordens Religiosas que chegaram ao Chile no século 16. A construção do primeiro templo foi em 1557, mas foi destruído pelo terremoto de 1595. A segunda igreja da Ordem Dominicana foi destruída pelo terremoto de 1647. O terceiro templo concluído em 1677 foi arrasado pelo terremoto de 1730. Dezessete anos depois se iniciou a construção da quarta igreja em estilo neoclássico dórico. Entretanto devido aos incêndios de 1895 e 1963 a igreja sofreu transformações e a partir de 2000 passou por melhoramentos como iluminação externa. Assim o templo teima em se manter em pé e vai driblando a natureza.

O mercado central também localizado no centro histórico merece uma passadinha. Próximo a Plaza de Armas, é o local para comer centolla, um caranguejo gigante, típico do Chile. Não é barato. Aqui tem muitas opções de restaurantes, assim como lojas de artesanato. Eu comprei centolla em lata no Free Shopping de Santiago na volta.

A arquitetura do mercado vale a visita. É uma estrutura de ferro pré-fabricada na Inglaterra e montada em Santiago. O estilo é o neoclássico como tantos outros prédios da cidade. A construção é de 1872.

Os cerros são encantadores não deixe de visitar. O Cerro San Cristóbal é o segundo ponto mais alto de Santiago. Está localizado no Parque Metropolitano numa altitude de 880m. Para subir pode-se escolher o funicular, o teleférico, carro, bicicleta e há quem prefira subir a pé. Não tivemos sorte porque nada funcionava naquele dia e a administração colocou um ônibus pequeno à disposição dos turistas para chegarem até o Santuário da Virgem Imaculada Conceição.

Neste local o Papa João Paulo II celebrou uma missa (1987) diante da Virgem - uma estátua com 14 metros de altura sobre um pedestal de 8,5m.
O teleférico foi reinaugurado em 2016 depois de permanecer por sete anos desativado.
Lá em cima experimente uma bebida típica chamada "Mote com Huesillos" - grãos de trigo que ficam no fundo do copo com pêssegos boiando no suco gelado. Só com uma colher mesmo para acabar com o refresco.
Outro cerro imperdível é o de Santa Lucia. Foi ali que a cidade de Santiago começou. Considerado um ponto estratégico na luta contra os Mapuches, o conquistador Pedro de Valdívia fundou ali a cidade de Santiago de la Nueva Extremadura em 1541.

O Cerro é uma formação rochosa com 70m de altura, o turista tem que ter disposição e caminhar muito para conhecer tudo, até porque tem muitas escadarias. O local é rico em monumentos, fontes, chafariz, além de um castelo de 1816 - Castillo Hidalgo - com arquitetura romana e moura, que está no topo da colina. O Cerro Santa Lucia foi todo remodelado em 1872 quando foi feita a sua entrada em estilo neoclássico pelo arquiteto Villeneuve.

Próximo ao Cerro San Cristóbal, você pode ainda conhecer a casa museu que pertenceu ao poeta chileno Pablo Neruda, um dos escritores mais importantes da América Latina.
Ele deixou três casas, uma delas - La Chascona - fica no Bairro Bela Vista em Santiago. A visita é guiada e é preciso um pouco de tempo para andar pelos diversos cômodos da casa.

Pode estar na sua lista de visitas o Bairro Brasil, o Bairro Paris Londres, charmoso por suas mansões do século 19 e para completar o dia uma chegada ao restaurante giratório na Av. 11 de Septiembre, 2250 com teto de vidro e vista de 360 graus, aberto de segunda a domingo.
Tem muito mais para se ver em Santiago que une o moderno ao seus prédios históricos. Por ser um vale rodeado por montanhas e um território que enfrenta terremotos, o desafio arquitetônico é permanente. A cidade cuida dos seus monumentos antigos e se orgulha da moderna arquitetura que deu reconhecimento internacional aos arquitetos do país. Vale a pena observar os traços da modernidade chilena.
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