Florianópolis: as marcas de Saint-Exupéry no Campeche
- Leci Rech
- 8 de mai. de 2022
- 3 min de leitura
Atualizado: 9 de mai. de 2022
Quem poderia imaginar que um aviador francês, autor de um dos livros mais traduzidos e conhecidos do mundo, teria ligação tão profunda com uma das praias da ilha de Santa Catarina. Pois os registros e estudos garantem isso.

Antoine de Saint-Exupéry já andou por Florianópolis na década de 1920. O Bairro Campeche no sul da ilha era ponto de parada dos pilotos da empresa Generale Aéropostale - Correio Francês.

O avião, modelo Breguet XIV, fazia a rota do voo Paris – Buenos Aires. Exupéry era o chefe da Aéropostale na Argentina. Os pilotos reabasteciam o avião aqui no Brasil.
O correio aéreo esteve nas mãos de Exupéry de 1929 a 1931 até que neste último ano a Aéropostale entrou em crise.

Neste período o aviador francês fez amizades no Campeche, onde era chamado de Zé Perri.
A origem do nome do bairro tem referência francesa. Chamava Camp et Pêche que quer dizer Campo de Pesca.
Saint-Exupéry era um aristocrata, nascido na França, aviador, escritor, ilustrador com passagens também no jornalismo. Ele amava tanto a aviação que não deixava de inserir o tema em suas obras literárias.

O Pequeno Príncipe conta a história de um piloto, mas em seus outros livros como: O Aviador (1926), o Voo Noturno (1931), Correio do Sul (1929) e o Piloto de Guerra (1942), o autor também usou o tema da aviação. Exupéry morreu trabalhando como piloto de avião.
Em 1943, foi feita a primeira publicação do livro O Pequeno Príncipe. Exupéry foi também o ilustrador. Esse livro foi publicado em mais de 240 idiomas e já foi o preferido das misses. Entre as frases do autor uma se tornou famosa:
"Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas".
Andar pelo Campeche significa encontrar referências do aviador e sua obra.
Há indicações nas ruas e avenidas, em residenciais, no Parque Pacuca e no megálito, ou também chamado de monumento megalítico (grande bloco de pedra bruta, pouco desbastada). Está na Avenida Pequeno Príncipe, 2142.

O megálito é uma homenagem aos pioneiros da aviação. O monumento é de 1991 e é um marco do Campeche.
No local foram realizados os primeiros pousos e decolagens. Entre os pioneiros do ar, que por aqui passaram, está Antoine de Saint-Exupéry.
O marco histórico foi uma iniciativa da Associação dos Amigos da Base Aérea de Florianópolis. É uma homenagem ao início da aviação na ilha de Santa Catarina.
PACUCA – Parque Cultural Campeche
Escondido numa ruazinha, encontramos outras alusões ao Pequeno Príncipe.

A Avenida Pequeno Príncipe é um dos principais acessos ao Pacuca, que é um espaço comunitário usado para esportes.

No local, estão os personagens da história, entre eles a serpente depois de comer o elefante. Nas miniaturas, o avião de Exupéry e para completar o cenário, um planeta e sobre ele, o pequeno príncipe e a rosa, sua amiga.
Foto: A. Linus Rech
Aeroporto Internacional de Florianópolis

O avião de Saint-Exupéry, uma réplica em tamanho natural, pode ser visto no Boulevard 14/32 do Aeroporto Hercílio Luz de Florianópolis.
O avião foi utilizado no curta-metragem “Dás um banho Zé Perri” escrito e dirigido por Zé Dassilva.
No saguão do aeroporto, junto ao embarque, o pequeno príncipe ocupa uma parede onde está também uma das suas famosas frases.

Vale a pena o passeio e descobrir essas curiosidades que tornam a ilha de Florianópolis um local atrativo ao turista.
“Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós”.
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