Orleans/SC : Um Dote para a Princesa
- Leci Rech
- 17 de set. de 2023
- 3 min de leitura
Orleans, no sul de Santa Catarina, tem muito pra encantar o turista que gosta de história e de natureza, por isso vamos dividir em dois ou três posts. Quando se fala na cidade de Orleans o que vem na memória é o Museu ao Ar Livre, que falaremos mais pra frente, e as esculturas no Paredão e no Pórtico da cidade, feitas por Zé Diabo.

Na chegada a Orleans, o Pórtico do Centenário já é um cartão de visita. Zé Diabo, pintor e escultor autodidata, deixou seu talento em vários painéis. Ele iniciou as esculturas em 1984 e concluiu em três anos.

O trabalho em relevo do escultor representa cenas da colonização. São índios e colonos em disputa da terra, o engenho movido à força animal, o colono cultivando a terra com arado e as famílias trabalhando na plantação.

Orleans foi colonizada pelos imigrantes europeus, entretanto, segundo relatos, os primeiros habitantes foram os indígenas, conhecidos como bugres. A cidade foi fundada em 1884. Foto: A. Linus Rech

Os imigrantes que aqui chegaram e se instalaram no sul de Santa Catarina saíram de províncias italianas como Veneza, Treviso, Bérgamo, entre outras. Depois chegaram os portugueses, alemães, poloneses e os letos vindos da Letônia.
Hoje, Orleans faz parte dos Roteiros Nacionais de Imigração do IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). Um obelisco no centro da cidade presta homenagem aos imigrantes.
Foto: A. Linus Rech

A história de Orleans iniciou em 1864, quando Dom Pedro II deu a colônia, fixado em 98 léguas, como presente de casamento a sua filha Princesa Isabel. Ela se uniu ao Conde d’Eu, um príncipe francês de nome Luís Felipe Gastão de Orleans. E ainda hoje, a cidade é considerada como “Dote de uma princesa”.

Segundo historiadores, em 1884, quando o Conde d’Eu veio visitar as obras da construção da estrada de ferro Dona Tereza Cristina, apontou para a local onde seria a cidade e disse: “Aqui nascerá uma cidade e terá o nome de Orleans em homenagem a minha família na França”. Agora, na Praça Ulysses Verani Cascaes, a estátua do Conde d’Eu com o braço esticado rememora esse momento de decisão do fundador da cidade. A escultura é do artista plástico Paulo Afonso Dalponte Pereira e o projeto do monumento é da arquiteta Luciana Crozetta.
Réplica da Primeira Igreja
Bem próximo da estátua do Conde d’Eu, no alto de uma colina, está uma réplica da primeira igreja de Orleans. Ela foi feita para manter viva a memória da Capela de Santa Otília de 1886.

Na época, o próprio Conde e a princesa Isabel, exilados na França, enviaram as telhas para a construção da capela. Em 1935, quando foi concluída a atual Igreja Matriz, o templo católico foi demolido para dar lugar a uma réplica.

Quase 50 anos depois, por conta da doação do terreno para a construção do Fórum da Comarca de Orleans, foi demolida a capelinha e construída uma segunda réplica no terreno restante – 320m². As duas capelinhas são chamadas de réplicas, entretanto não se parecem com a igreja original. Além da nossa visita a cidade, foram consultadas como fontes de pesquisa, sites da prefeitura de Orleans e o TCC l de Jhunnelly Pereira de Bona – Curso de Arquitetura e Urbanismo da Unisul/SC. O trabalho está disponível : https://repositorio.animaeducaçao.com.br/ Fotos: A. Linus Rech


No próximo post, vamos falar mais sobre os trabalhos de Zé Diabo na cidade. Um dia é muito pouco pra ver as atrações turísticas de Orleans, por isso buscamos uma acomodação. A rede hoteleira se resume em um hotel e algumas cabanas. Optamos pelo Hotel Real Nob – Rodovia SC 108 km 332,7 – nº 1771 Murialdo, Orleans. Bom hotel.
Próximo Post:
Paredão de Orleans com esculturas de Zé Diabo
Igreja Matriz Santa Otília
Mirante Morro da Santinha
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