RN - Rota dos Castelos - parte 1

Se você é daqueles que viajam quilômetros para ver um castelo, o Rio Grande do Norte é um prato cheio.

Na rota dos castelos, visitamos dois deles. Um está localizado na capital Natal e o outro, foto acima, fica em Sítio Novo, na Serra da Tapuia, cerca de 111 quilômetros da capital do estado potiguar.

Antes de falar sobre os castelos de Zé dos Montes, quero postar algumas curiosidades desta viagem. Para chegar a Sítio Novo, passamos por Tangará a 93 km de Natal. A localidade surgiu com o nome de Riacho em 1953, mais tarde passou a chamar Tangará – nome de um pássaro. O município, fundado em 1958, é conhecido como a Cidade do Pastel.

Em se tratando de turismo, Tangará vive em função do pastel. Em cada esquina existe uma casa que oferece o famoso pastel.

O Pastel de Tangará é considerado Patrimônio Cultural Imaterial do Estado do Rio Grande do Norte, desde 2020, por uma lei estadual da culinária regional.

A iguaria foi desenvolvida por uma moradora que obteve a receita de uma amiga e divulgou na cidade. Dona Finha e suas histórias são conhecidas em Tangará há cerca de 30 anos. O pastel de 18cm é servido com grande variedade de recheios como: pasteis de frango, carne, queijo, pizza, além dos doces. Alguns já são famosos a exemplo do pastel de carne de sol com nata. O difícil é escolher com tantas opções. A massa é o diferencial. Pagamos 4,00 a unidade.

Distrito Serra da Tapuia

Deixamos Tangará e a sete quilômetros do centro de Sítio Novo, passamos por Serra da Tapuia. O distrito pouco cresceu, se considerarmos que os índios tapuios foram seus primeiros habitantes e o ano de 1957 marcou o início do  desenvolvimento como comunidade não indígena.

Curiosidade: as casas eram construídas em linha reta para evitar becos e esconderijos. Essas moradias mantém na fachada uma garrafa de plástico transparente com água. Dizem que colocar na calçada evita a urina dos cães. Lenda ou não, é dito que o cão vê o seu reflexo na água e se afasta.

A partir do povoado Serra da Tapuia está o acesso ao castelo de Zé dos Montes, mas antes de chegar ao nosso destino passa-se pela igreja matriz do município de Sítio Novo. É uma igreja católica de 1906 com o nome do soldado romano, morto pelas flechas dos arqueiros do exército, ao qual ele pertencia. São Sebastião era cristão e por não renegar a Cristo foi condenado e martirizado. A Igreja de São Sebastião fica no centro.

O almoço foi à moda da casa. Perfeito, de acordo com o passeio e com o momento. Nosso guia Antonio Melo - @guiaantoniomelo - sugeriu um rancho rural, o que valeu muito a pena. Comida caseira com sucos de frutas feitos na hora. Tudo bem rústico.  

E para encerrar este post, algumas curiosidades sobre os cactos da região, plantas do sertão nordestino que encontramos em abundância por lá. São nativas do Brasil. Conhecemos nessa viagem o facheiro e o mandacaru. Os dois têm frutos comestíveis. Seus espinhos são folhas modificadas e uma de suas funções, além de reter a água, é de proteção. O facheiro tem a forma arredondada, o tronco é verde e seus espinhos tem a cor amarelada. Já o mandacaru tem forma cilíndrica e apresenta seis “costelas” salientes.

O facheiro é considerado cacto de grande porte. Pode chegar a 10 metros de altura. Lembra um candelabro. A fruta é muito utilizada para alimentação de pássaros, ovinos e caprinos. Seus galhos depois de secos são usados como caibros e ripas.

O mandacaru é um símbolo nordestino que representa força, esperança e coragem, o que vem a ser também o significado do cacto na Bíblia.

O nome surgiu por conta da resistência do povo nordestino para enfrentar as dificuldades climáticas do sertão. Entretanto o nome mandacaru vem do tupi e significa árvore de espinheiro que se come, ou também quer dizer espinhos danosos agrupados. A planta pode chegar a seis metros de altura e muitas vezes seu formato nos remete a candelabros.

A planta mandacaru tem características fitoterápicas, mas ainda é pouco utilizada para fins medicinais.

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Castelo de Zé dos Montes em Natal

Castelo de Zé dos Montes em Sítio Novo / RGN